quarta-feira, 11 de junho de 2008

Em tempo, mais uma sobre o tempo

Certa vez, enquanto caminhava pela rua, olhei para um muro branco que tinha um apanhado de palavras em vermelho, formando um pedaço de uma daquelas brincadeiras com palavras chamadas “trava-língua”:

“Quanto tempo o tempo tem?”

O tempo me parece ter todo o tempo do mundo.
Digo isso porque à todo momento o tempo é novamente tempo.
É um ciclo que se renova no dever de compensar a sua essência etérea.

E pensando nisso, lembrei de uma frase que Mario Lago escreveu:
“Fiz um acordo com o tempo: Nem ele me persegue, nem eu fujo dele”.

Acredito muito na força desse trato com o evento que é a vida.
Viver tem de ser a justa medida entre o tempo que se doa e o tempo que se recebe.
Por isso classifico esse trato, como um acordo de verdadeiros cavalheiros.
Pela troca balanceada com a qual nos responsabilizamos, ao assumir um compromisso desse.

É entender que o tempo de se viver é o agora.
E que na vida, não existe corrida contra o nosso tempo.
Porque temos todo o tempo do mundo, pra viver como se não houvesse mais tempo pra nada.

1 - Texto e ilustração de Calebe Perazza

Um comentário:

Anônimo disse...
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