quinta-feira, 12 de junho de 2008

O sapo que lava o pé


Num momento de intervalo
entre uma pancada de chuva e uma garoa interminável.
Lá estava ele, no seu ritual
e eu, no meu.

Lembrei da antiga canção
e a contestei, como sempre, como nunca.
Na plenitude daquele momento, simples e único
duvidei do que me fizeram ver, ouvir e pensar.

Duvidei da existência.
Fiz essa foto no déck de minha antiga República,
hoje demolida pelo poder devastador do Estado.
Destruiram "minha" casa,
mas jamais destruirão as lembranças, sentimentos e idéias que à povoaram.

1 - Fotografia e poesia de Lucas Conejero

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Em tempo, mais uma sobre o tempo

Certa vez, enquanto caminhava pela rua, olhei para um muro branco que tinha um apanhado de palavras em vermelho, formando um pedaço de uma daquelas brincadeiras com palavras chamadas “trava-língua”:

“Quanto tempo o tempo tem?”

O tempo me parece ter todo o tempo do mundo.
Digo isso porque à todo momento o tempo é novamente tempo.
É um ciclo que se renova no dever de compensar a sua essência etérea.

E pensando nisso, lembrei de uma frase que Mario Lago escreveu:
“Fiz um acordo com o tempo: Nem ele me persegue, nem eu fujo dele”.

Acredito muito na força desse trato com o evento que é a vida.
Viver tem de ser a justa medida entre o tempo que se doa e o tempo que se recebe.
Por isso classifico esse trato, como um acordo de verdadeiros cavalheiros.
Pela troca balanceada com a qual nos responsabilizamos, ao assumir um compromisso desse.

É entender que o tempo de se viver é o agora.
E que na vida, não existe corrida contra o nosso tempo.
Porque temos todo o tempo do mundo, pra viver como se não houvesse mais tempo pra nada.

1 - Texto e ilustração de Calebe Perazza

O tempo



Tomo o tempo
como pílula de cura
da loucura da cidade
dos medos e receios
daquilo que pensei, falei e fiz
ou não fiz...
das lembranças que tento esquecer
das lembranças que tento salvar
do tempo que passou
do tempo que de cruel, não parou.

Tomo o tempo que preciso para respirar
ar carregado que pesa no peito
inspirando sujeira e palavras impensadas
expirando cansaço dessa pressa inconseqüente.

Torço pra que o tempo não termine
antes de trazê-lo de volta pra mim.







Tempo que cria e destrói
Que faz florescer
Que faz fenecer.
Tempo, que com a saudade, corrói
Fazendo sofrer
Até o último sopro de felicidade desaparecer

Tempo que aplaca a dor
De uma desilusão
Que, esquecida no passado, deixa de habitar o coração
Com o tempo é que se brota o amor
E com o tempo se esvaia a paixão
Mas só o

tempo é que pode trazer de volta ao peito essa forte emoção

1 - Poesia e vídeo-poesia de Larissa Ohori
2 - Poesia de André Carvalho

terça-feira, 10 de junho de 2008

?


1 - Graffiti dentro da PUC fotografado por André Carvalho

Porta-voz da inspiração


1 - Fotografia de Pedro de Carvalho

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Pipa amarela

Corre-corre nas vielas

Com velocidade nas finas canelas

É a menina da favela

Querendo soltar sua pipa amarela


"Voa, voa" gritava ela

Amarela, coloca cor nesse azul do céu

De vareta de bambu e papel

Faz meu sonho se realizar


Alcança o infinito

Deixe a brisa te levar

Faz a menina se alegrar

E ter um dia bonito


Perdida na imensidão

Voa pipa amarela

Tão frágil, singela

Como um pedaço de paixão


1 - Poesia de Calebe Perazza e André Carvalho

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Conteúdo coletivo

Contendo tanto conteúdo
O lenitivo desse coletivo
Se faz presente

Coletando poesia e arte
Colando imagens em palavras
Que surgem de nossa mente

Nasce uma coletividade
E quanta atividade
Que só alma sente










1 - Poesia de André Carvalho
2 - Ilustração de Calebe Perazza